HIPOXEMIA SILENCIOSA NA COVID-19
Elimar Jacob Salzer Rodrigues
Baixos níveis de Oxigênio no
sangue arterial (hipoxemia), são relacionados a uma alta taxa de mortalidade,
principalmente naqueles pacientes com valores abaixo de 90%, mesmo com o
emprego de oxigênio.
ATENÇÃO - Na Covid-19, um alto número
de pacientes apresenta-se sem dispneia, assintomáticos, mesmo tendo hipoxemia
grave constatada na gasometria arterial.
Fisiologicamente a hipoxemia estimula os bulbos carotídeos, aumentando a resposta do centro respiratório.
Este aumentará
a ventilação/minuto (sempre que os níveis de PaO2 estiverem abaixo de 60 mmHg e por
níveis de PaCO2 altos), através da estimulação do diafragma. Vias medulares
encaminham essa resposta ao córtex, o qual produz a sensação da dispneia.
Por acometer o bulbo olfatório, o vírus pode acessar o cérebro contribuindo para o desenvolvimento da anosmia e dispneia.
Na SARS-CoV-2, a trombose
microvascular pulmonar, limita as trocas gasosas e desencadeia uma hipoxemia
severa.
Por mecanismos ainda não
explicados, esses trombos mascaram a dispneia, levando à uma hipoxemia
silenciosa.
Diabéticos e idosos apresentam resposta
insatisfatória do seu centro respiratório à hipoxemia e apresentam mais a
hipoxemia silenciosa.
Uma grande dificuldade, é o fato de a dispneia ser subjetiva, dificultando a análise da sua relação com a
hipóxia, e ainda, a resposta do drive respiratório para a hipercapnia e/ou
hipoxemia ser extremamente variável de um paciente para outro.
Alguns pacientes com hipoxemia grave não sentirão dispneia, enquanto outros com hipoxemia leve podem ter um grau de dispneia acentuad
Oximetria de pulso
- O oxímetro estima indiretamente a saturação de oxigênio (SatO2) no sangue, pela iluminação da pele, medindo as mudanças da absorção da luz pela oxihemoglobina e a redução da hemoglobina.
Vários fatores diminuem a acurácia da oximetria de pulso, como calibração do aparelho, hipoxemia grave, pacientes críticos, pigmentação escura da pele e temperatura do corpo.
Na febre a SatO2 tende a cair. Por exemplo, com níveis constantes de PaO2 à 60 mmHg, na temperatura de 37 °C, a SatO2 foi de 91,1% e com 40 °C foi de 85,8%.
- Uma vez que os quimiorreceptores dos bulbos carotídeos respondem somente às alterações da PaO2 e não à SatO2, os níveis baixos na oximetria de pulso, não se correlacionam com a dispneia, já que para uma mesma PaO2, se espera níveis de SatO2 diferentes quando o paciente está com febre.
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