A OMS
divulga a nova Classificação Internacional de Doenças (CID-11)
Elimar Jacob Psiquiatra – Coordenadora da Comissão
de Ética Médica da SMCJF
A nova Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID
11) entrou em vigor em 01.01.2022, após 10 anos de preparação.
Pela
primeira vez, a nova CID é totalmente eletrônica, tornando-a mais fácil
de ser consultada e usada e menos propensa a erros, segundo a OMS em seu site
oficial.
A CID
é uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano médico e a base
para identificar tendências e estatísticas de saúde em todo o mundo.
O novo
documento contém cerca de 55 mil códigos únicos para lesões, doenças e causas
de morte. A anterior, CID-10, continha 14.400.
Entre as novidades da publicação, estão a inclusão: do transtorno dos jogos eletrônicos como um dos problemas de saúde mental, capítulos inéditos sobre medicina tradicional, saúde sexual, dentre outras.
Principais
funções da CID:
1.
monitorar
a incidência e a prevalência de doenças, por meio de uma padronização universal
da comunicação sobre as mesmas;
2.
classificar
os problemas de saúde pública;
3.
descrever
detalhadamente os sinais e sintomas das doenças;
4.
abordar
as causas externas e as circunstâncias sociais das doenças, apresentando um
panorama amplo da situação da saúde dos países e suas populações.
De acordo
com Dr. Robert Jakob, coordenador da equipe de classificação de terminologias e
padrões da OMS, essa décima primeira edição também reflete o progresso da
medicina e os avanços na compreensão científica.
Numerosas
seções que foram atualizadas de acordo com o conhecimento atual, incluem a cardiologia,
alergias, doenças do sistema imune, doenças infecciosas, câncer, demência e
diabetes.
A CID
também é utilizada por:
1.
seguradoras
de saúde cujos reembolsos dependem da codificação de doenças;
2.
gestores
nacionais de programas de saúde;
3.
especialistas
em coleta de dados;
4.
outros
profissionais que acompanham o progresso na saúde global e determinam a
alocação de recursos de saúde.
A velhice, inicialmente proposta, não constará mais
como diagnóstico de doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Após críticas de várias organizações,
entre elas as do Conselho Nacional de Saúde do Brasil, a OMS revisou a classificação e, assim,
a velhice passará a constar como possível fator associado à causa de morte
e não mais como a causa definida e registrada no diagnóstico médico.
Diversas
organizações civis atuaram conjuntamente para a conquista desta revisão
por meio do movimento “Velhice não é Doença".
Considerou-se
o forte preconceito que surgiria contra esse grupo populacional, que seria
alimentado pela decisão da OMS.
A própria ONU lançou a Década do
Envelhecimento Saudável, para o período 2021-2030, e no início de 2021,
publicou relatório denunciando a discriminação contra essa faixa etária, que
"contribui para a pobreza e a insegurança econômica das pessoas na
velhice".
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