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29 de março de 2016

MEDICAMENTOS DE RISCO




Quais são eles ? a resposta é muito simples: TODOS!



Elimar Jacob Salzer Rodrigues
Ref. Prof. na p. "Perfil Completo" deste blog


Como professora de Farmacologia da UFJF, hoje orientando cursos de extensão na mesma instituição, insisto nesse tema e  nessa afirmação, tentando a atenção e o cuidado dos alunos, que serão os próximos futuros profissionais.


Com muito interesse, leio na edição de 19.02.16  (p. 27) do Jornal O Globo, artigo sobre esse assunto, baseado em uma publicação do
"American Journal of Public Health", infelizmente sem a referência completa.

Versa sobre o uso indiscriminado de psicofármacos, com ênfase nos benzodiazepínicos, grupo farmacológico sintetizado na década de 1960, que representa um avanço no tratamento dos sintomas graves de ansiedade.


Falo sobre esse tema em aulas, palestras, artigos, neste blog, e no meu livro "Transtornos Emocionais" 2012, (p.59 - ed. esgotada) bem como  o faço na sua 2ª edição ampliada, 2016.


A reportagem é sensacionalista, embora verdadeira em vários pontos:

1. a necessidade de critérios muito rigorosos para que a prescrição realmente traga benefícios para o paciente, com o mínimo de efeitos colaterais;

2. alerta sobre o uso inadequado, para sintomas aos quais essas substâncias não são destinadas e que não responderiam de forma alguma a essa classe de substâncias;

3. sinaliza para a aventura da prescrição dessas medicações por profissionais distanciados do estudo delas e que, erroneamente, podem crer que elas não apresentam riscos;

4. pontua o risco do seu uso em sobredose, intencional ou não, e de dependência química, pelo paciente que encontra muita facilidade de conseguir que o clínico geral ou o especialista de outra área repita a receita na crença de que estaria favorecendo ao paciente;

5. afirma que: "os médicos clínicos gerais são os que mais os prescrevem benzodiazepínicos.";

6. assinala a dificuldade em se ter controle do uso destas substâncias associadas ao álcool e a outras drogas, o que eleva em muito o seu potencial de efeitos colaterais e as possibilidades de efeitos graves e até letais.



São critérios que devemos ter ao prescrever todo e qualquer medicamento,
pois não dispomos ainda de medicação isenta de perigos,
especialmente quando prescrita sem a precisão necessária.



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