MEDICAMENTOS DE RISCO
Quais são eles ? a resposta é muito simples: TODOS!
Elimar Jacob Salzer Rodrigues
Ref. Prof. na p. "Perfil
Completo" deste blog
Como professora de
Farmacologia da UFJF, hoje orientando cursos de extensão na mesma instituição,
insisto nesse tema e nessa afirmação,
tentando a atenção e o cuidado dos alunos, que serão os próximos futuros
profissionais.
Com
muito interesse, leio na edição de 19.02.16 (p. 27) do
Jornal O Globo, artigo sobre esse assunto, baseado em uma publicação do
"American
Journal of Public Health", infelizmente
sem a referência completa.
Versa sobre o uso
indiscriminado de psicofármacos, com ênfase nos benzodiazepínicos, grupo
farmacológico sintetizado na década de 1960, que representa um avanço no
tratamento dos sintomas graves de ansiedade.
Falo sobre esse tema em aulas, palestras, artigos, neste blog, e no
meu livro "Transtornos Emocionais" 2012, (p.59 - ed. esgotada) bem como o faço na sua 2ª edição ampliada, 2016.
A reportagem é sensacionalista, embora
verdadeira em vários pontos:
1. a necessidade de
critérios muito rigorosos para que a prescrição realmente traga benefícios para
o paciente, com o mínimo de efeitos colaterais;
2. alerta sobre o uso inadequado, para sintomas aos
quais essas substâncias não são destinadas e que não responderiam de forma
alguma a essa classe de substâncias;
3. sinaliza para a aventura
da prescrição dessas medicações por profissionais distanciados do estudo delas
e que, erroneamente, podem crer que elas não apresentam riscos;
4. pontua o risco do seu uso em sobredose, intencional
ou não, e de dependência química, pelo paciente que encontra muita facilidade
de conseguir que o clínico geral ou o especialista de outra área repita a
receita na crença de que estaria favorecendo ao paciente;
5. afirma que: "os
médicos clínicos gerais são os que mais os prescrevem benzodiazepínicos.";
6. assinala a dificuldade em se ter controle do
uso destas substâncias associadas ao álcool e a outras drogas, o que eleva em
muito o seu potencial de efeitos colaterais e as possibilidades de efeitos
graves e até letais.
São critérios que devemos ter ao prescrever todo e qualquer medicamento,
pois não dispomos ainda de medicação
isenta de perigos,
especialmente quando prescrita
sem a precisão necessária.
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