TRANSTORNOS EMOCIONAIS E
LABIRINTITE:
o que um tem a ver com o outro?
Mantemos
a postura bípede e o equilíbrio porque o cérebro recebe informações que, processadas, definem qual é a
posição do nosso corpo no espaço.
Quais são essas informações?
1. táteis: percebidas pela pele, chegam através dos músculos e
articulações;
2. ópticas: por isso quando fechamos os olhos podemos perder a noção do
equilíbrio;
3. auditivas: que nos chegam através dos sons.
É uma doença que
pode comprometer o equilíbrio e ocorre por alterações do ouvido interno. É constituído pela cóclea,
uma estrutura enovelada semelhante a um caracol que contém as terminações do
nervo auditivo, e por três canais semicirculares.
As células que revestem essas estruturas têm a característica de
receber as ondas sonoras, transformá-las em estímulo nervoso - sinal elétrico -
que corre pelo nervo auditivo e o nervo vestibular até o cérebro, onde são
decodificados.
Quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos,
destruições ou compressões tumorais e alterações genéticas, podem provocar os
sintomas próprios da labirintite, que são:
1. vertigem - a pessoa
vê os objetos do ambiente rodarem em sua volta ou seu corpo rodar
em relação ao ambiente.
2. tontura - sensação de desequilíbrio, de
instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
Outras características da
labirintite:
1. Fase aguda a doença:
manifestadas por náuseas, vômitos, sudorese e
alterações gastrintestinais.
2. Manifestações
auditivas:
como perda de audição, sensação de ouvido
cheio ou tapado, zumbidos.
3. Quadros completos
ocorrem na Síndrome de Ménière:
doença vestibular, cujas principais
características são:
· crise
vertiginosa acompanhada de surdez flutuante,
·
zumbido,
·
alterações neurovegetativas =
náuseas, vômitos, mal-estar e diarreia, que impedem o paciente até de se
movimentar.
4. Outras doenças vestibulares que provocam vertigem:
·
vertigem postural paroxística: a crise é desencadeada quando a pessoa movimenta a cabeça ou a
cabeça e o corpo conjuntamente;
·
neurites vestibulares: processos
inflamatórios no nervo e nos gânglios vestibulares e os neurinomas ou Schwanomas
(tumores).
·
bebidas alcoólicas: em excesso, deixa o
usuário tonto, com alterações vestibulares, reflexos da ação do álcool sobre o
labirinto por causa da hipotensão que ele acarreta dentro das estruturas do
vestíbulo.
·
medicamentos tóxicos para o
vestíbulo:
antibióticos - entre eles a gentamicina e a estreptomicina e outros.
·
idade:
Embora ocorra não apenas nos adultos, incide mais a partir dos 40 ou 50 anos, por alterações
metabólicas e vasculares: aumento de colesterol, triglicérides e ácido úrico. Todos reduzem
a luz das artérias, comprometendo a passagem de sangue no cérebro e no
labirinto.
·
alimentação:
o excesso de açúcar está relacionado com crises de labirintite
por causa da hipoglicemia que se segue;
bebidas gasosas que contenham quinino também podem desencadear
zumbido no ouvido.
5. Doenças endócrinas:
alterações da tireoide e de outras glândulas.
6. Doenças do Sistema Nervoso Central (SNC):
podem provocar
manifestações típicas de labirintopatia.
Destacam-se: esclerose em placas, tumores no nervo auditivo, no cerebelo e no
tronco cerebral, além de doenças imunológicas.
Crianças com quadros
de tontura constante e desequilíbrio: exigem uma
avaliação detalhada, porque alguns
tumores podem provocar
esses sintomas.
6. Fatores emocionais:
os sintomas podem ser consequentes ao estresse mantido
e aos transtornos de ansiedade e de depressão.
O quadro emocional deve ser cuidadosamente avaliado pois,
muitas vezes, a própria pessoa com
labirintite não se dá conta desta correlação e não informa espontaneamente os sintomas emocionais que vem sofrendo.
O acompanhamento medicamentoso e psicoterápico concorre para o
alívio ou a remissão total dos mesmos.
Parabéns pelo artigo. Esclarecedor.
ResponderExcluirMuito esclarecedor. Muito didático, sucinto, fácil de se entender. Parabens mais uma vez.
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