Riscos
da Medicação em Idosos
A crescente proporção de pessoas acima de 65
anos na população tem sido acompanhada pelo aumento de doenças crônicas, suas
complicações e sofrimentos.
Estas, se não forem devidamente tratadas,
tendem a, progressivamente, vincular-se à perda de autonomia e das atividades
da vida diária dessas pessoas.
Avaliar ampla e
profundamente as condições de saúde de cada pessoa idosa para evitar riscos de:
1. Iatrogenia
Desde
de Hipócrates (460 a 370 a.C.) é reconhecido o potencial efeito lesivo
das ações de uma pessoa que tenta curar.
O princípio
hipocrático de primeiro não lesar
(primum non nocere) é um dos pontos mais importantes da ética
médica, e a doença ou morte iatrogênica causada por erro
evitável ou negligência de quem trata, é considerada um crime, na
maioria das civilizações.
"Curar algumas vezes, aliviar quando possível, consolar sempre" Hipócrates.
Com o desenvolvimento da ciência ao longo dos séculos mais recentes, a grande evolução das técnicas e dos medicamentos disponíveis permitiu uma enorme queda da mortalidade iatrogênica.
Em farmacologia,
o termo iatrogenia refere-se a doenças ou alterações patológicas surgidas por
efeitos colaterais dos medicamentos.
De um ponto de vista sociológico, a iatrogenia pode ser clínica, social ou cultural.
Embora seja usada
geralmente para se referir às consequências de ações danosas na medicina, pode
igualmente ser resultado das ações de outros profissionais: Psicólogos, Enfermeiros, Nutricionistas, Dentistas, etc.
A doença ou morte iatrogênica não se restringe
à medicina ocidental: medicinas alternativas podem
ser uma fonte de iatrogenia, de acordo com a origem do termo.
2. Intoxicação medicamentosa
Causada por substâncias prescritas corretamente, mas que não encontram vias de metabolização e/ou eliminação eficientes, acumulando-se.
Sabemos que as funções fisiológicas tendem a
reduzir sua eficiência a partir dos 65 anos de idade.
São vários os mecanismos de cessação da ação dos
medicamentos no organismo, dentre eles o seu metabolismo
e a sua eliminação.
A função renal é uma das principais forma
de eliminação da substância do organismo.
A partir dos 65 anos, os rins passam a
filtrar cerca de 40% menos do que o faziam no adulto jovem sadio.
A redução da filtração renal vai se tornando
cada vez maior com o passar dos anos, fazendo com que a medicação se acumule no
organismo, às vezes de forma perigosa, por representar uma sobredose da
medicação não prevista.
3. Interações Medicamentosas
É a influência recíproca que uma substância
pode exercer sobre outra de uso simultâneo produzindo efeitos inesperados,
perigosos.
A monoterapia é sempre a mais segura. No entanto,
sintomas de duas ou mais doenças não respondem a uma só medicação, dando lugar à polifarmácia.
Os problemas se agravam quando a interação
medicamentosa produz novos sintomas emocionais e/ou físicos, causando novas
necessidades de exames laboratoriais e novos procedimentos terapêuticos.
Resultados :
- alta
morbidade;
- avaliação
subjetiva da saúde entre ruim e péssima;
-
alto uso de medicação:
82%
usam medicação regularmente.
28% usam
quatro ou mais tipos de medicações/dia.
Conclusão :
Mesmo nas pessoas acima de 65 anos lúcidas,
com boa atuação sócio-familiar-profissional, encontramos o uso de vários
medicamentos, às vezes repetitivos
ou conflitantes.
Refletir sobre a necessidade de otimizar
o atendimento desta crescente população, visando o seu bem-estar
e a redução dos riscos.
de Elimar Jacob Salzer Rodrigues 2016.
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