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12 de fevereiro de 2017

Riscos da Medicação em Idosos



A crescente proporção de pessoas acima de 65 anos na população tem sido acompanhada pelo aumento de doenças crônicas, suas complicações e sofrimentos.

Estas, se não forem devidamente tratadas, tendem a, progressivamente, vincular-se à perda de autonomia e das atividades da vida diária dessas pessoas.

Avaliar ampla e profundamente as condições de saúde de cada pessoa idosa para evitar riscos de:

1. Iatrogenia



       Desde de Hipócrates (460 a 370 a.C.) é reconhecido o potencial efeito lesivo das ações de uma pessoa que tenta curar.

O princípio hipocrático de primeiro não lesar (primum non nocere) é um dos pontos mais importantes da ética médica, e a doença ou morte iatrogênica causada por erro evitável ou negligência de quem trata, é considerada um crime, na maioria das civilizações.



    "Curar algumas vezes, aliviar quando possível, consolar sempre" Hipócrates.

Com o desenvolvimento da ciência ao longo dos séculos mais recentes, a grande evolução das técnicas e dos medicamentos disponíveis permitiu uma enorme queda da mortalidade iatrogênica.

Em farmacologia, o termo iatrogenia refere-se a doenças ou alterações patológicas surgidas por efeitos colaterais dos medicamentos. 

De um ponto de vista sociológico, a iatrogenia pode ser clínica, social ou cultural. 

Embora seja usada geralmente para se referir às consequências de ações danosas na medicina, pode igualmente ser resultado das ações de outros profissionais: Psicólogos, Enfermeiros, Nutricionistas, Dentistas, etc.

A doença ou morte iatrogênica não se restringe à medicina ocidental: medicinas alternativas podem ser uma fonte de iatrogenia, de acordo com a origem do termo.  



2. Intoxicação medicamentosa



Causada por substâncias prescritas corretamente, mas que não encontram vias de metabolização e/ou eliminação eficientes, acumulando-se.

Sabemos que as funções fisiológicas tendem a reduzir sua eficiência a partir dos 65 anos de idade.

São vários os mecanismos de cessação da ação dos medicamentos no organismo, dentre eles o seu metabolismo e a sua eliminação.

A função renal é uma das principais forma de eliminação da substância do organismo.

A partir dos 65 anos, os rins passam a filtrar cerca de 40% menos do que o faziam no adulto jovem sadio.

A redução da filtração renal vai se tornando cada vez maior com o passar dos anos, fazendo com que a medicação se acumule no organismo, às vezes de forma perigosa, por representar uma sobredose da medicação não prevista.


3. Interações Medicamentosas



É a influência recíproca que uma substância pode exercer sobre outra de uso simultâneo produzindo efeitos inesperados, perigosos.
A monoterapia é sempre a mais segura. No entanto, sintomas de duas ou mais doenças não respondem a uma só medicação, dando lugar à polifarmácia.

Os problemas se agravam quando a interação medicamentosa produz novos sintomas emocionais e/ou físicos, causando novas necessidades de exames laboratoriais e novos procedimentos terapêuticos.



Resultados :

-       alta morbidade;

-       avaliação subjetiva da saúde entre ruim e péssima;

-       alto uso de medicação:

82% usam medicação regularmente.
    28% usam  quatro ou mais tipos de medicações/dia.

Conclusão :



       Mesmo nas pessoas acima de 65 anos lúcidas, com boa atuação sócio-familiar-profissional, encontramos o uso de vários medicamentos, às vezes repetitivos 
ou conflitantes.

       Refletir sobre a necessidade de otimizar o atendimento desta crescente população, visando o seu bem-estar 
e a  redução dos riscos.


Dados do livro Transtornos Emocionais
de Elimar Jacob Salzer Rodrigues  2016.

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