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18 de junho de 2020


Covid-19- Possibilidades imunológicas de tratamento 
e imunidade cruzada.
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·       Do Reino Unido, chegam notícias de que um tratamento pode combater os efeitos da COVID 19 em pacientes mais graves.
·       As principais são as evidências de que essas pessoas apresentam níveis muito baixos de Células T – do Sistema Imunológico.
·       A pesquisa avalia as formas específicas pelas quais a Covid-19 interage com o sistema imunológico.
A aposta é na Interleucina 7 que pode elevar o número de Células T.
Sessenta pacientes com Covid-19 do Hospital St. Thomas, do Instituto Francis Crick e do King’s College London, foram submetidos a uma análise preliminar detalhada que identificou uma espécie de assinatura imunológica da doença e, nos pacientes com maior probabilidade de piorar, necessitando de um tratamento adicional.
Dois fatores importantes já foram identificados:
1.    uma desregulação de um tipo específico de células T, que normalmente erradica células infectadas por vírus;
2.    uma grande perda de basófilos, que pode estar envolvida no reparo tecidual.
A esperança é de que esse dado possa ajudar a comunidade científica no desenvolvimento do tratamento, e de vacinas eficazes.
Evidenciando como os vírus alteram o funcionamento das células T essenciais, será possível priorizar os tratamentos imunológicos e vacinas que as ativem.
A meta no Reino Unido é a de desenvolver um exame de sangue com alto nível de resolução, que possa ser aplicado de maneira ampla nos hospitais e apontar os tratamentos mais indicados.
Segundo Adrian Hayday, chefe de um dos grupos deste trabalho: “esse vírus não discrimina simplesmente de acordo com a idade ou as comorbidades. Embora em menor número, pessoas mais jovens e saudáveis também podem ser atingidas por sintomas graves”.
·       Hayday A, Edgeworth J, Shankar-Hari M. Covid–IP – Covid–ImmunoPhenotyping – a preliminary data release, May 22, 2020. Disponível em: https://www.immunophenotype.org/wp-content/uploads/2020/05/COVID-IP_220520-FCAHv52.pdf
·       Technology Networks. Blood Test Could Track Immune Response to COVID-19. Disponível em: https://www.technologynetworks.com/diagnostics/news/blood-test-could-track-immune-response-to-covid-19-335273
·       The Francis Crick institute. Blood test could track immune response to COVID-19. Disponível em: https://www.crick.ac.uk/news/2020-05-22_blood-test-could-track-immune-response-to-covid-19

Bendita imunidade cruzada.
Um dos aspectos intrigantes da Covid-19 está relacionado ao fato de que muitas pessoas que têm contato direto com outras com casos positivos sintomáticos, ou assintomáticos, incluindo profissionais de saúde claramente expostos, ou cônjuges com contato íntimo com pacientes, não contraíram a doença, 
fato observado no mundo todo.
Grifoni e colaboradores (2020), aliados a outros pesquisadores americanos, em um estudo amplo sobre aspectos diversos da imunidade celular e humoral para SARS-CoV-2 com metodologias moleculares diversas, avaliaram diferentes aspectos relacionados à infecção e a doença Covid-19:
1   1.  Pacientes com Covid-19 em fase de convalescência foram avaliados quanto a presença de células T CD4+ e CD8+ com resposta a peptídeos específicos de SARS-CoV-2, e identificaram a presença dessas células em 100% e 70% dos pacientes estudados, respectivamente, o que sugere as melhores estruturas peptídicas imunogênicas com potencial vacinal, com produção efetiva de IgA e IgG e células T CD4+ de memória. Os principais alvos observados foram epítopos das proteínas M, N e da espícula, com respostas adicionais para nsp3, nsp4, ORF3a e ORF8.
 2.    Foram detectadas células T CD4+ reativas ao SARS-CoV-2 em 40 a 60 % dos indivíduos não expostos anteriormente ao vírus e não doentes, sugerindo a reação cruzada gerada por infecção prévia por outros coronavírus respiratórios (HCoV-OC43 e HCoV-NL63 RBD, representantes de betacoronavírus e alfacoronavírus, respectivamente) em infecção tipo resfriado comum ou outras. Tais pacientes apresentaram IgG em níveis detectáveis para esses coronavírus citados.
Esses achados reforçam a hipótese de que pessoas previamente infectadas por coronavírus diferentes de SARS-CoV-2, como HCoV-OC43 e HCoV-NL63 RBD, apresentam resposta imunológica efetiva para Covid-19 e não desenvolvem a doença, mantém-se assintomáticos mesmo mediante infecção/exposição ou apresentam curso subclínico e/ou, não produzirão anticorpos específicos que deem resultados positivos em testes diagnósticos específicos para SARS-CoV-2.
Maiores detalhes sobre o estudo citado podem ser observados nas referências abaixo.

·       Grifoni A, et al. 2020. Targets of T cell responses to SARS-CoV-2 coronavirus in humans with Covid-19 disease and unexposed individuals. 2020 May 20: S0092-8674(20)30610-3.
·       Grifoni A, et al. 2020. A Sequence Homology and Bioinformatic Approach Can Predict Candidate Targets for Immune Responses to SARS-CoV-2. Cell Host Microbe. 2020 Apr 8;27(4):671-680.e2.
·       Modificado de: - Rafael Duarte Centro de Ciências da Saúde – UFRJ

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