Mais Médicos: Fragmentos sobre a loucura
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Miguel Srougi *
Íntegra publicada no boletim da ABP
(Associação Brasileira de Psiquiatria) abril/14
http://www1.folha.uol.com.br/
Sinopse - Elimar Jacob
Salzer Rodrigues
Lamento
prever a ruína do Mais Médicos.
Os nossos
governantes esforçam-se para esconder os frangalhos da ação tresloucada
Para dissimular a
indecência na saúde, nossos governantes trouxeram médicos cubanos. Iniciativa
de grande apelo aos mais distraídos, mas ilegítima, injusta, inconsistente e
empulhadora.
Iniciativa ilegítima por violar as leis e os valores da
sociedade brasileira. Como aceitar que profissionais recebam menos de 10% do
que foi anunciado; cidadãos proibidos de expressar seus sentimentos, vivendo
em cativeiros, num país onde a liberdade constitui uma conquista inegociável
de seu povo.
Injusta porque, em três anos, serão
transferidos R$ 5 bilhões para Cuba, país igualmente carente, mas que não
pode ser privilegiado em detrimento dos desvalidos do Brasil.
Inconsistente porque os médicos cubanos serão
incapazes de exercer qualquer ação médica efetiva em ambientes degradados e
abandonados.
Empulhadora porque atribui a ruína da saúde à
falta de médicos nos rincões.
Governo cujo
Ministério da Saúde promoveu, nos últimos cinco anos, o fechamento de 286
hospitais ligados ao SUS.
Dirigentes coniventes com a
corrupção, que segundo a ONU apoderou-se, em 2012, de R$ 200 bilhões da
riqueza do Brasil.
Os cubanos já estão migrando
para centros mais prósperos. [Como
Juiz de Fora]
Restarão no palco do
horror, abandonados e resignados, aqueles que nunca conseguirão expressar a
desilusão.
* Professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, é
pós-graduado em urologia pela Universidade Harvard (EUA) e presidente do
Conselho do Instituto Criança é Vida.
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