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24 de julho de 2016

Estamos no meio de uma verdadeira
epidemia mundial de depressão. (?)

Modificado de Vladimir Safatle, 22.07.16 [Filósofo e professor livre-docente da USP. Colunista no jornal Folha de S. Paulo, onde escreve às sextas-feiras]. 

          Em 1956, quando surgiu o primeiro antidepressivo, o laboratório Geigy hesitou em lançá-lo no mercado por considerar a depressão um fenômeno de proporções insignificantes.


          Hoje, 60 anos depois, a Organização Mundial da Saúde estima que entre 350 e 400 milhões de pessoas sofram de alguma forma de depressão. Isso representa cerca de 5% da população mundial.


No Brasil, os números são mais substantivos. 
Segundo o IBGE, 7,6% da nossa população foi diagnosticada com depressão.



Estudos da Fiocruz, apontam que 1 em cada 4 mulheres sofre de depressão pós-parto, número maior do que a média global.


Diante de números dessa magnitude há de se perguntar: o que realmente ocorreu nos últimos 60 anos?

Estamos no meio de uma verdadeira epidemia mundial de depressão que fez números insignificantes saltarem a proporções massivas?



Essas pessoas já estavam lá, mas não eram vistas, não eram diagnosticadas de forma correta?

É possível dizer que nossas categorias clínicas ligadas à descrição do sofrimento psíquico, em larga medida, produzem os objetos que elas descrevem?

Por que, a partir de certo momento, há maior interesse em se destacar o sofrimento como "depressão"?




Uma doença psíquica é uma identificação que altera o comportamento e a maneira de estar no mundo quando a pessoa assume para si mesmo "sou depressivo".

Não haveria questões exteriores à clínica que nos levaram a preferir certos diagnósticos a despeito de outros?

A quem interessa ?






Um comentário:

  1. Amiguinha, adorei o blog! Colorido, linguagem acessível aos leigos e a associação dos problemas mentais ao Van Gogh foi realmente genial. Mais uma vez, parabéns pela criatividade.O poema do C. de Andrade é enternecedor ... e reconfortante e observei que o tem repetido para meu prazer. Obrigada( Conhece 0 CISNE, poema de Júlio Saluse ? e´lindo e endereçado a casais - fala de um cisne que nunca irá nadar etc. sem o outro cisne. Beijos e obrigada pela delicadeza de se lembrar de mim REGINA

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