A quem interessa?
Que os Psicofármacos sejam prescritos sem o necessário conhecimento?
É o caso de um homem que está em tratamento
cardiológico, em uso de
antihipertensivos, amiodarona (anti-arrítmico) e digoxina.
Ele se
queixou ao seu vizinho: "ando desanimado, com dificuldade sexual, sem
vontade de nada.... "estou acabado".
O
amigo, com a intenção de ajudá-lo, recomenda-lhe a Erva de São João (Hypericum perforatum) para seus “problemas emocionais”.
Dois
dias depois, ocorre grave descompensação cardíaca com internação hospitalar de
urgência.
Leva
dias para o paciente revelar ao seu cardiologista o medicamento acrescentado.
O Hypericum perforatum (Erva de São João) é uma medicação de origem
vegetal e parte-se, erroneamente, do pressuposto de que medicações naturais são
mais fraquinhas e não oferecem risco.
Nada mais falso!
O vizinho não sabia que esse
fitoterápico altera a farmacocinética da digoxina, medicação necessária para
manter a função cardíaca do seu amigo, e eleva a concentração da amiodarona no sangue, reduzindo o número de batimentos cardíacos.
Mais: os "sintomas
depressivos" eram apenas um efeito colateral dos anti-hipertensivos em
uso. Seria
simplesmente modificá-los caso o paciente tivesse manifestado suas dificuldades
ao seu cardiologista.
Esse é um caso, entre
numerosos outros, em que a medicação foi aconselhada por pessoa sem preparo
nesta área e sem conhecimento do risco decorrente das interações medicamentosas.
Ø Leia nesta página, em
publicação anterior, o texto sobre
Interações Medicamentosas. - Nem sempre elas são danosas. Muitas vezes são cuidadosamente
planejadas pelo médico para serem benéficas ao tratamento.
Quanto aos profissionais de saúde, seria
desejável que todos dominassem todos os campos terapêuticos. No entanto, com a
complexidade de cada âmbito de atuação, isso é claramente impossível.
A responsabilidade da prescrição é do
Médico ou do Odontólogo.
Estranha é a pressão para que TODOS prescrevam psicofármacos, mesmo
com o perigo de inverter a relação custo-benefício, com riscos para o paciente.
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